terça-feira, 19 de julho de 2011

Nutrição na gravidez



Nutrição na gestação

Comendo por dois! Será verdade?

Isso é mito, crendice. Para a grávida, há um aumento de 300 calorias diárias, durante o segundo e o terceiro trimestre de gravidez. Isso corresponde a 1 copo de leite e 1 fatia de pão integral ou 1 iogurte e 1 xícara de salada de frutas ou 1 copo de suco de frutas e 1 fatia de pão integral com queijo. O ganho de peso correto protege a mãe e traz um crescimento adequado ao bebê.De forma simplificada, considera-se que as gestantes de baixo peso ganhem em torno de 15 kg; as de peso adequado, entre 10 a 12 kg; e as com sobrepeso ou obesas, entre 6 e 7 kg.

A gestação de gêmeos leva ao aumento de 15 a 20 kg. Quando uma grávida aumenta muito de peso, a saúde da dupla mãe-filho entra em perigo. Cada caso deve ser individualizado. Porém, é clássico o conceito de que uma futura mamãe não deve engordar muito mais que doze quilos no seu período gestacional. Na gestante, o excesso de peso aumenta os riscos de diabetes, hipertensão, pré-eclâmpsia, além de inúmeras outras complicações obstétricas.

Você está gerando uma vida. Portanto, se até hoje prestou mais atenção à tabela de calorias do que ao alimento que está ingerindo propriamente dito, pense seriamente em inverter esses valores. Tão importante quanto o ganho de peso é a qualidade nutricional do peso que você irá ganhar. Isso porque durante a gestação há um aumento das necessidades de vários nutrientes, necessários para a formação dos componentes da gestação, para o crescimento do feto e para criar as reservas que serão utilizadas durante todo este período e a lactação. A deficiência de algum nutriente pode afetar o crescimento e o desenvolvimento do bebê, assim como minar as reservas da mãe. Por outro lado, a sua ingestão excessiva também pode ser prejudicial. Por isso, o equilíbrio é importante.


O que é mais importante para mim durante a gravidez?
Veja, abaixo, alguns dos nutrientes fundamentais para você e se bebê durante a gestação:

Proteínas: é fundamental para a produção das células e dos tecidos novos da mãe e do bebê. Recomendam-se 60 gramas de proteínas por dia (10 a 12 gramas a mais do que uma mulher não grávida). A dieta das brasileiras, muitas vezes, já contém quantidades excessivas de proteínas. Sendo assim, você já pode estar consumindo esta quantidade protéica adicional. Neste caso, não há necessidade de aumentar a ingestão, pois o excesso pode ser prejudicial. Alimentos ricos em proteínas: carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados, feijão, ervilhas, grão-de-bico, nozes.

Carboidratos: São muito importantes, pois fornecem as calorias adicionais que a gestante necessita. Se você não consumir as quantidades adequadas de carboidratos, começará a utilizar as proteínas como fonte de energia, e isso não é bom, pois devem ser poupadas para outras funções.Alimentos ricos em carboidratos: pães, cereais, arroz, massas, batata, frutas. Os alimentos ricos em açúcares, como doces e refrigerantes, também contêm carboidrato, mas são muito calóricos e pobres em vitaminas e minerais.

Ácido fólico: é fundamental para a formação do sistema nervoso do feto, na formação do sangue e das células. Recomenda-se o consumo de 600 microgramas de ácido fólico por dia, 200 microgramas a mais do que para as não grávidas. É possível obter as quantidades necessárias a partir de uma alimentação bem equilibrada. Entretanto, vários estudos reportam ingestão insuficiente em muitas mulheres. Para garantir que a quantidade certa esteja sendo ingerida, e, assim, prevenir malformações, os obstetras recomendam a suplementação.. Alimentos ricos em ácido fólico: folhas verdes como espinafre e brócolis, fígado, laranja, batata-doce e abóbora, alimentos integrais e legumes.

Vitamina B12: Também atua na produção sangüínea e na produção de células novas. A deficiência de vitamina B12 é rara, uma vez que ela está presente em todos os alimentos de origem animal. As mulheres que consomem estes alimentos conseguirão facilmente receber as quantidades necessárias. Já as gestantes que consomem dieta vegetariana devem receber suplementação. Alimentos ricos em vitamina B12: carnes, peixes, aves, leite e derivados, ovos.

Cálcio: Este mineral está envolvido na formação de ossos e dentes do bebê. A ingestão diária de cálcio recomendada para as gestantes maiores de 18 anos é de 1.000 mg, o equivalente a 3 a 4 copos de leite (integral ou desnatado). Para grávidas menores de 18 anos, a recomendação é de 1.300 mg. Muitas mulheres, mesmo antes de engravidar, não conseguem ingerir as quantidades suficientes. Por isso, durante a gestação, têm mais chances de apresentar deficiências: numa dieta insuficiente, o feto utilizará as reservas maternas. Alimentos ricos em cálcio: leite e derivados, vegetais como couve, agrião, mostarda e brócolis, sardinha em lata, alguns tipos de feijão, produtos à base de soja como tofu e alimentos fortificados.

Ferro: Faz parte da hemoglobina, substância dos glóbulos vermelhos responsável por transportar oxigênio para todo o corpo. Na gravidez, mais ferro é necessário para a maior produção de hemoglobina: 30 mg por dia. Para assegurar uma adequada produção de hemoglobina, o feto recorrerá às reservas da mãe, se necessário. Além disso, a gestante também perderá sangue na hora do parto. Para evitar a deficiência de ferro, anemia e complicações na hora do parto, é importante comer, todos os dias, alimentos ricos em ferro. Muitas mulheres já iniciam a gestação com baixas reservas de ferro. Portanto, além dos alimentos, recomenda-se suplementação durante o segundo e o terceiro trimestre. Alimentos ricos em ferro: carnes, aves, peixes e fígado têm um tipo de ferro que é muito bem absorvido. Já as leguminosas, como feijão, lentilha e grão-de-bico, e as folhas verde-escuras, como espinafre e couve, contêm outro tipo, mais difícil de ser absorvido. Para ajudar a absorção deste ferro, consuma junto alimentos ricos em vitamina C, como frutas e sucos de laranja, limão, goiaba, acerola, caju, maracujá.

Quais são as dicas de alimentação na gravidez?

• Beba água constantemente, de 1,5 a 2 litros por dia;
• Consuma pelo menos três frutas por dia, além de legumes e verduras no almoço e jantar. Esses alimentos são ricos em fibras, que previnem a prisão de ventre, muito comum na gestação;
• Fracione as refeições em seis a oito vezes ao dia, com pequenas quantidades, e mastigue devagar. Consuma alimentos com baixo teor de gordura e evite ingerir líquidos durante as refeições, para facilitar a digestão e evitar azia;
• A carne é muito importante nesse período, por ser rica em ferro e proteínas. O ferro pode ser melhor absorvido se consumido com frutas ricas em vitamina C, como kiwi, laranja, limão, acerola, tangerina e abacaxi.
• O uso moderado de adoçantes foi permitido para gestantes com diabetes pela Associação Americana de Dietética (ADA), que autorizou o uso de produtos à base de aspartame, acesulfame-K e sucralose, sendo considerados seguros ao bebê. O uso de adoçantes e produtos diet à base de sacarina não são recomendados, pela permeabilidade da placenta, eles podem permanecer nos tecidos do bebê.
A gestação é um período mágico e de muita transição. A natureza modifica o corpo e a mente para transformar a mulher em mãe. Isso não é um processo fácil. Após 7 a 10 dias da fecundação o sangue da mãe começa alimentar o filho. E aí vem a grande responsabilidade da gestação, a alimentação. Este é o assunto que eu mais gosto de falar e acompanhar. É o momento de deixar de lado o que gosta de comer para colocar em prática o que é necessário comer. É importante que você, futura mãe, entenda a importância da alimentação nesse período.

O primeiro trimestre é de extrema importância para a formação do bebê. É uma fase de intensa divisão celular. O estado nutricional da mãe antes da gestação é essencial para garantir nutrientes necessários para que essa divisão celular aconteça de maneira adequada. Ou seja, o cuidado com a alimentação tem que começar antes da própria gestação. Uma alimentação saudável e equilibrada antes da gestação é que garantirá o desenvolvimento adequado do feto.
No segundo e terceiro trimestre da gestação, o ganho de peso adequado no período gestacional, a ingestão adequada de nutrientes, o controle do fator emocional e o estilo de vida serão determinantes para o desenvolvimento e crescimento normal do feto.

Mas o que muda na alimentação?

No primeiro trimestre não é necessário aumento calórico e sim seguir uma alimentação saudável e rígida. Para garantir os nutrientes necessários nessa fase é necessário respeitar religiosamente os horários das refeições. Cada refeição tem a sua importância em nutrientes. Segue um exemplo de qualidade alimentar, lembrando que as necessidades energéticas e nutricionais são diferentes para cada gestante.

- Café da manhã e lanche da tarde: é necessário ter uma fonte energética como o pão integral ou granola ou aveia. Uma fonte proteica do grupo dos leites e derivados como o leite, iogurte , queijos magros ou leite de soja enriquecido com cálcio e uma fruta.
- Almoço e jantar: é necessário ter energia como arroz integral ou macarrão integral ou mandioca cozida ou mandioquinha. Uma fonte proteica vegetal (feijão, lentilha, soja ou grão de bico). Uma fonte proteica animal (carne vermelha, frango, peixe ou ovo). Legumes, vegetais cozido e saladas em torno de 2 a 3 pires por refeição.
- Ceia: depende muito da necessidade de cada gestante. Leite e derivados são boas opções.

No segundo e terceiro trimestre é necessário manter rigidez na qualidade alimentar e aumentar as necessidades energéticas, que é individual dependedo de cada gestante, mas esse aumento energético costuma ser em torno de 300 Kcal a mais por dia. Essa energia a mais deve ser introduzida de maneira fracionada para prevenir o aumento de peso e desenvolvimento de doenças como a Diabetes Gestacional. Quando falamos em número, parece que 300 Kcal a mais é muita coisa. Mas atingimos isso rapidinho. Ex: 1 fatia média de bolo de chocolate recheado tem 317 Kcal, 1 pacote de 50 g de bolachas Waffer tem em torno de 248 Kcal e 1 fatia de panetone tem 283 Kcal.

Algumas dicas importantes:
- Em toda a gestação é necessário ter preocupação de consumir os minerais ferro e cálcio na quantidade adequada. As fontes de ferro bem absorvidas e aproveitada pelo organismo são as fontes animais como a carne vermelha. As fontes de ferro vegetal como grãos e vegetais verdes-escuros precisam da vitamina C para serem bem absorvidos. Então sempre tenha uma fruta cítrica junto do almoço e jantar como por exemplo a laranla e o Kiwi. Fontes de cálcio são os leites e derivados, vegetais verdes-escuros, tofú. Mas não deve-se consumir leite e derivados junto do almoço e jantar porque atrapalha a absorção do ferro. Portanto, leite e derivados são bem vindos no café da manhã, lanche da tarde e ceia.

- Consuma 5 pires de vegetais coloridos por dia. Cada cor de vegetal representa um nutriente específico e todos são essenciais na gestação.

- Ingira 3 a 5 porções de frutas por dia fracionadas. Ou seja, uma fruta por refeição.

- Consuma grãos todos os dias. Esse grupo é composto por lentilha, feijão, grão de bico, soja, ervilha. Lembre-se que temos vários tipos de feijão. Assim não tem como enjoar. Use a criatividade! Um dia faça uma salada de grão de bico, no outro dia salada de feijão branco, lentilha cozida, feijão carioca cozido, etc. Lembre-se que não deve-se colocar bacon ou linguiça no preparo desses alimentos.

- Prefira os carboidratos integrais como arroz integral, macarrão integral, aveia, granola, pão integral, biscoito integral.

- Escolha carnes magras como o peito de frango ou carne vermelha de segunda qualidade ou ovo preparado sem adição de óleo.

- Não esqueça de hidratar o seu corpo! Segue a recomendação de 2 litros por dia.

- Evite embutidos, frios, frituras e doces.

Agora, você gestante, não deixe de agendar sua consulta com um Nutricionista. Esse profisisonal irá acompanhar a curva de crescimento do seu bebê e irá orientá-la em relação a alimentação específica para cada mês da gestação. Além disso, você será orientada em relação à amamentação.

Lembre-se que as orientações contidas aqui são gerais, não consideram casos específicos. Para uma orientação personalizada, consulte um nutricionista

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